Icobé viveu por oitenta anos sobre as fronteiras entre o convívio familiar e a marginalização social, entre o tumulto e o isolamento intelectual, entre o catolicismo e o protestantismo, entre o urbano e o rural, entre o natural e o sobrenatural, entre ser amado e ser odiado. Por isso, é personagem impreciso, em permanente construção, e não imagem cristalina de contornos exatos e de formas mensuráveis.
A história de Icobé é um contínuo abrir caminhos por entre posições rígidas e fixas. Ele lutou com determinação pelo direito de ser ele mesmo; no intermeio de forças sociais massificadoras, se fez ‘água’ deslizando por entre rochas. Suas atitudes são circunstanciais e indeterminadas. Foi um ser livre que inventou e realizou sua existência nos interstícios dos padrões sociais, nas frestas das verdades. Conduziu suas dúvidas pelos desvãos dos dogmas e dos tabus, numa época de profundas transformações políticas.
Concretizar o amor proibido foi apenas um dos muitos desafios.
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