A legislação distorceu
os direitos das crianças,
criando aberrações.
Impedir a criança de trabalhar
é uma restrição que impede
a aprendizagem das práticas vitais,
como pensar e manusear.
Crime é obrigar a trabalhar
ou explorar o trabalho infantil;
criminosos são os vadios
que exploram as crianças.
Convidar e incentivar um filho
a participar coletivamente
dos trabalhos da família
é uma atitude educativa.
Trabalhar e a opção de não trabalhar
são direitos naturais dos seres humanos;
tolher direitos naturais é violência política.
Haverá um tempo em que
a proibição do trabalho infantil
será vista como uma estupidez
motivada por interesses escusos.
Haverá um tempo em que crianças,
jovens, adultos e anciões
exercerão o direito de trabalhar,
quando, quanto e como quiserem;
trabalhar segundo suas necessidades
e enquanto sentirem prazer de trabalhar.
Há noventa anos, em 18 de fevereiro de 1926, nascia uma mente brilhante, com olhar agudo, capaz de sondar os abismos da psique humana e de analisar profundamente os devaneios da sociedade.
Formado universalmente em múltiplas e diversificadas experiências, depois de servir a governos e de enobrecer a Cultura, dedica-se à literatura com clarividência ímpar, revelando as sutilezas dos sentimentos do amar e do sofrer. Conversa com a morte e nos conta os seus segredos; Iluminando o Morrer, nos ajuda a superar os falsos medos.
O talento do escritor cresceu com a idade e ele se aprofunda na análise de tabus e de mitos. Desvenda os segredos da sexualidade humana como quem descreve o plantio de uma flor; descasca a fé como quem prepara os frutos amargos dos dogmas para transformá-los em religiosidade digerível.
Pessoa de humildade beneditina que sabe ser amigo nas horas adequadas e orienta os jovens colegas da confraria de escritores com firmeza e ternura.
Júlio de Queiroz é meu pai literário. Ele deu início à nossa amizade através de uma carta, na qual assegurava que meus esforços seriam recompensados, pois eu poderia progredir no manejo das palavras. Era o Mestre estendendo a mão ao aprendiz.
Querido amigo, meu pai literário, desejo que, neste dia memorável, teus olhos contemplem a Baia Sul e consigam enxergar para além da vida.