MENOS AMIGOS, MAIS AMIZADE

                 MENOS AMIGOS, MAIS AMIZADE

A certeza de que a vida é curta aumenta com a idade.

Até os quatro anos, nem sabemos que pensamos.

Até a adolescência, carecemos de consciência moral.

As primeiras décadas transcorrem sem economia de tempo,

pois parece que seremos eternos.

No entanto, a meia-idade vem nos avisar de que a manhã já se foi

e que a tarde se esvai: o vigor físico cede lugar à debilidade.

Tomamos consciência de que o aclive chegou ao fim

e que a ‘melhor idade’ escorre cachoeira a baixo.

Se na juventude esbanjamos energia e corremos atrás de aventuras,

na maturidade, passamos a escolher com cuidado os encontros e as companhias.

E, à medida que a vida avança, os calendários encolhem,

indicando a necessidade de escolhas cada vez mais criteriosas.

Quando nos resta a velhice, passamos a ser avarentos dos nossos últimos tempos.

Já não perdemos tempo com ilusões;

estamos mais preparados para lidar com as mentiras e com propagandas enganosas.

Preferimos refeições leves e roupas mais confortáveis,

independente da moda e da mídia.

Na velhice, contamos com menos amigos, mas com melhor amizade.

VELHOS DE FUTURO

Vivo no momento atual com um pensamento futuro. Sempre me senti assim, mas não sabia: Jeremy Rifkin me contou isso no livro SOCIEDADE COM CUSTO MARGINAL ZERO.

Tenho essa alegria de saber agora que estou além do capitalismo e do socialismo. Sou avesso ao lucro, mesmo ao lucro social e ao capital político. Dispenso também a remuneração cultural. Sou um dos fundadores da ‘economia do campartilhamento’.

Compartilho meus talentos, minhas habilidades e minhas ideias sem vendê-los como mercadorias. Sou um colaborador; colaboro com minhas obras, sem cobrar, sem esmolar e sem dar esmolas.

Disponibilizo minhas invenções (tecnológicas, literárias ou filosóficas), minhas teorias pedagógicas, meus poemas, meus contos e meus livros como contribuições conscientes e gratuitas; com responsabilidade e sem lucros.

Olá, Jeremy Rifkin! Somos dois velhos de futuro…