O RIO E A SANGA

O RIO E A SANGA

O Rio Itaguá e a Sanga Grande deslizam sobre o mesmo leito. Porém, de forma um tanto diferente. Na maior parte do ano ou por um ano todo, águas cristalinas formam o Rio Itaguá; eventualmente, em tempos desavisados, essa paz operativa é assaltada por uma avalanche de águas barrentas que carregam plantas e peixes, além de devastar as margens. Aí, o rio vira uma sanga.

O Rio Itaguá escorre manso como uma água cotidiana, com a regularidade de um relógio, já a Sanga Grande é força de enxurrada devastando a vegetação ribeirinha. Ele é todo encanto; ela é pura fúria.

Para quem vê um corguinho passar cantando na maioria dos dias normais não imagina que, nas meias-estações, esse seja invadido por torrentes descontroladas que carregam pontes e barragens. Até mesmo as pedras do leito, que servem de esteira para as águas tranquilas do de-quase-sempre, são arrastadas pelas correntezas dos temporais.

Também de excessos os dois são tomados: o Rio Itaguá é acometido de secas avarentas que roubam quase toda a sua água; a Sanga Grande, nos inícios de outonos e de primaveras, é dominada por epidemias de enchentes, como que diarreias da Natureza.

Se ele sofre continuamente dessa anemia de seca, ela, esporadicamente, é tomada por ataques convulsivos de descargas atmosféricas que transformam a regularidade costumeira em evento bissexto.

Vocês podem estar pensando que esse texto e um surto poético, mas asseguro que ele retrata apenas a realidade real, possível de ver e de comprovar.

RELAÇÕES CONJUGAIS


RELAÇÕES CONJUGAIS

 

Podemos viver solitariamente ou não.

 

É nosso direito viver na nossa toca,

sem dar importância ao que os outros falam.

As pessoas solteiras vivem sem jugo.

 

A maioria, porém, escolhe o jugo

de uma mulher, de um homem,

de outra mulher ou de outro homem

e se tornam cônjuges que

vivem voluntariamente conjugados.

 

 

Os contratos conjugais

– tácitos ou explícitos, verbais ou cartoriais –

unem dois (ou mais, atualmente)

em relações de dependência

ou de convivência simétrica;

ambas podendo ser estáveis ou instáveis,

equilibradas ou com dominação alternada.

 

 

Em quaisquer dessas circunstâncias,

um, os dois e todos são responsáveis

pelas escolhas que fazem

e sempre estarão no domínio da decisão,

podendo romper, alterar ou confirmar

o modo como querem estar no mundo.

 

 

Aos amigos,

cabe o direito e a obrigação de interceder,

para dar senso de realidade, opiniões e sugerir.

 

No caso dos filhos,

os pais têm o direito de preferir

que eles tenham consciência,

assumam com responsabilidade,

não explorem e não sejam explorados.