Nasceu de parto natural, sem alaridos;
porém, determinada, com olhos curiosos.
Em homenagem à virgem-mãe,
recebeu o nome Maria das Dores.
Durante a infância serena,
colheu olhares, dizeres e belezas;
cresceu sem medos e sem dores;
adorava brincar, cantar e sorrir:
se fez Maria das Alegrias.
As mãos aprenderam a semear…
flores, alimentos, amizades, …
em comunidade, fraternalmente.
Encontrou Geraldo ou se encontraram…
No Amor à Natureza cultivada a dois,
geraram Fernanda e Antônio,
formados em sociabilidade e nas Ciências.
Vendo a família encaminhada e
satisfeita com o trabalho comunitário,
encontrou espaço para dar asas à arte
que aguardava há anos para alçar voo.
Semeou, então, versos de paz e de vida:
musicou poesias e cantou sonhos;
defendeu as plantas e as aves;
se fez voz dos agricultores,
dos produtores de alimentos e
dos preservadores da Natureza,
das matas e das fontes de água.
Avessa à politicagem,
Maria das Alegrias prefere
viver entre os humildes,
valorizar a vida comunitária,
plantar e cultivar amizades,
estando sempre disponível
para ajudar e compartilhar.
Agricultora dedicada,
com mãos de fada,
desperta as sementes,
multiplica das plantas,
cultiva flores admiráveis.
A maioria das canções
nasceu durante o trabalho
nas lavouras ou na cozinha;
enquanto as suas mãos plantavam
e colhiam frutos doces e saudáveis
ou preparavam refeições deliciosas,
Maria das alegrias ia cantarolando:
“Eu sonho encontrar um lugar pra viver”,
“o mundo vai te ensinar a ser livre”,
“Jaguaruna … as dunas douradas …
um povo simples, trabalhador e cortês”,
“Aprendi na roça a plantar e a colher”,
“a vida na roça não tem depressão”,
“Mãe … quantas noites sem dormir…
perdoa se não fui a filha que você sonhou”,
“A paz e o amor só dependem de nós”.
As letras e as melodias
de Maria das Alegrias
se fizeram canções
na voz e na harmonia
de jovens cantores.
Maria das Alegrias
voou em discos de valor.