Que faz um homem ser-vil?
O tempo, a ocasião ou a fome?
Ah! quantos escravos do homem,
da gula, do poder e ... do porvir!
O medo ronda, sem dormir.
Grana falta, inveja consome,
poucos matam ... somente fome.
Medíocres preferem servir...
Escravos servis da matéria,
instrumentos pagos com medo,
ameaças, gritos e socos...
A liberdade está em férias,
o belo ideal morre cedo...
Os mais decentes ficam loucos.
Poema escrito em 1971.
https://livrosdomariotessari.me/ipomeia-2/
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MOMENTOS
A realidade da vida é construída por nosso olhar.
Se olharmos o mundo sempre na mesma perspectiva, veremos sempre as mesmas faces das mesmas coisas.
As coisas parecem ser como são vistas, no entanto, teremos novas imagens delas se mudarmos a direção do olhar.
A criança vê o mundo com olhos de novidade, com curiosidade: não se satisfaz com o que vê; explora o objeto e constrói o novo a cada olhar. Não algo inexistente que passa a existir, mas uma nova imagem gerada por um olhar diferente sobre as mesmas coisas.
A beleza e a tristeza, que nascem nos mesmos olhos, são frutos de diferentes formas de olhar.
O medo do novo limita o olhar, condenando a realidade a permanecer o que foi e impedindo que a vida continue; o medo do novo nos mata por dentro.
Poemas são representações de novos olhares sobre uma mesma realidade; são como que fotografias dos momentos que o poeta vive.
(Em parceria com Maria Elisa Ghisi, no livro MOMENTOS.)