Conhecer uma pessoa não é obra do acaso. Posso encontrar algumas ou várias pessoas, todos os dias, sem estabelecer, com elas, conhecimento; posso vagar pela multidão, sem fazer “novos conhecidos”.
O conhecimento se dá quando as pessoas se fazem presentes: se apresentam ou são apresentadas porque estão (ao menos uma delas) interessadas por conhecer. O apresentador não é dono do conhecido e nem o único que o conhece; foi um dos muitos que poderiam ter apresentado.
A partir desse contato, a pessoa passa a ser ‘uma conhecida’ a ser reconhecida em novos encontros. As relações se estabelecem re-conhecendo o já conhecido e conhecendo um pouco mais.
O aluno busca algo que não pode ser “dado”. O professor pode apresentar assuntos, temas, informações históricas e/ou científicas, técnicas, regras, valores morais ou culturais; pode despertar a consciência da importância das habilidades intelectuais para o desempenho social e das técnicas para o desempenho profissional; pode despertar o interesse do aprendiz pelo conteúdo programático. No entanto, o professor não é doador de interesse, de consciência ou de conteúdo.
Se o professor e o conteúdo passarem imutáveis pela sala de aula, não houve evolução; apenas repetição. Processo ensino-aprendizagem é relação dinâmica entre elementos em desenvolvimento: o conteúdo, o aluno, o professor e os saberes de ambos.
O professor não é o dono do aluno e/ou do conhecimento; o professor apresenta um ao outro, porque já conhece o suficiente dos dois. (Ao menos, se espera que conheça.)
Inter-esses acontece o conhecimento; interesse é relação desejada. Aluno, objetos a conhecer e professor são inter-locutores e devem dialogar entre si. A troca de informações entre esses locutores produz educação.