A MORTE DA ROSEIRA

      ROSA COR-DE-ROSA

Em 2005,

ela sobrevivia na fresta da rachadura

de uma pedra submersa

ao lado da entrada do Sítio Itaguá. 

Avaliei o calor que sentiria nas raízes sedentas

e transplantei a velha cepa para solo cultivado.

Ela demonstrou desconforto.

Por isso, em seguida, foi colocada num vaso,

com a possibilidade de ser levada

para a sombra, para a chuva e para o sol,

até que demonstrasse as preferências.

Durante dezoito anos,

migrou de vaso em vaso,

sempre oferecendo flores.

Depois de alguns dias,

os ramos despetalados foram enterrados

e geraram descendência. 

Nesta primavera, definhou e morreu.

Com mãos enlutadas,

retirei o velho tronco e constatei

que o besouro-dourado tinha sugado a seiva das raízes

e que formigas solenopsis tinham roído as cascas das raízes,

causando a falência vegetal.

                Amanhecer do dia 24.12.2023.

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.