A veracidade das teorias é sempre relativa e superável.
Há quem afirme que a longevidade
seja consequência de uma vida calma,
sem grandes desgastes físicos ou emocionais.
Outros afirmam justamente o contrário:
quanto mais ativa for a pessoa,
mais longa será sua vida.
Tem teoria sobre os benefícios do vinho
como elixir da longa vida,
com especificação de doses, horários e varietais;
outras teorias, porém, decretam que
as bebidas – quaisquer bebidas – encurtam a vida.
Contra convicções que a vida rural é saudável
e garante ‘viver cem anos’,
surgem verdades sobre desgastes da vida agreste,
como câncer de pele e acidentes,
responsáveis pela brevidade da vida campesina.
Um casamento regrado e sem surpresas
leva esposa e esposo à longevidade,
independente do lugar em que vivem;
não, não! – gritam os aventureiros –
a mesmice de um casamento estável
mata lentamente pelo desgaste mútuo.
Assim, cada teoria tem o seu exemplo de longevidade
e provas definitivas da veracidade teórica;
no entanto, os exemplos são tão contraditórios
quantos as teorias que os usam
e chega-se a longevidade – ou à morte –
por caminhos semelhantes ou antagônicos,
sem uniformidade de causas.
Sinal de que as teorias
sobrevivem e proliferam
conforme a fé e a crença
nas verdades que elas anunciam
e não na veracidade e
na consistência dos exemplos.
Na prática, a vida segue seu caminho,
indiferente à vã sabedoria dos teóricos.
Sítio Itaguá, 11.03.09 – 05:11