O poeta, mais que a sensibilidade para captar a poesia que permeia a vida, precisa de oportunidades e de incentivos para produzir o poema, síntese de suas percepções.
Genuíno Martins é um operário da poesia, divulgando e participando de eventos em homenagem à arte de compor e de declamar versos. Porém, dedicava todo seu tempo na divulgação de poesias alheias que admirava, musicadas ou ainda por musicar.
Entretanto, solicitado a participar da criação poética, começa a mostrar seu estilo, simples e profundo, em poemas genuínos como esse:
SANGAS
São sangas que correm soltas
entre vargedos e serranias;
às vezes calmas, outras revoltas,
ao sabor de chuvas e ventanias.
Cada sanga tem um nome:
Sanga da Mata, Sanga da Areia,
Sanga da Bruxa, Sanga do Lobisomem,
Sanga Encantada, Sanga Feia.
Tantas sangas ninguém memoriza.
Tem Sanga Grande, Clara, Bravia,
mas a sanga do Mario e da Elisa,
nunca sei se é Grande, Funda ou Fria.
Genuíno Martins
bem leve e divertido. parabéns ao genuíno.
Benditas sangas. Fico lisonjeado, tanto pelo comentário, quanto pela leitura.