Dedico o romance SUÇURÊ a
MARIA ELISA GHISI
coadjuvante na construção de meus textos e de meus livros.
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Icobé viveu por oitenta anos sobre as fronteiras entre o convívio familiar e a marginalização social, entre o tumulto e o isolamento intelectual, entre o catolicismo e o protestantismo, entre o urbano e o rural, entre o natural e o sobrenatural, entre ser amado e ser odiado. Por isso, é personagem impreciso, em permanente construção, e não imagem cristalina de contornos exatos e de formas mensuráveis.
A história de Icobé é um contínuo abrir caminhos por entre posições rígidas e fixas. Ele lutou com determinação pelo direito de ser ele mesmo; no intermeio de forças sociais massificadoras, se fez ‘água’ deslizando por entre rochas. Suas atitudes são circunstanciais e indeterminadas. Foi um ser livre que inventou e realizou sua existência nos interstícios dos padrões sociais, nas frestas das verdades. Conduziu suas dúvidas pelos desvãos dos dogmas e dos tabus, numa época de profundas transformações políticas.
Concretizar o amor proibido foi apenas um dos muitos desafios.
Comentários:
Na prosa elegante do autor, podemos ler uma panorâmica da época, mostrando como as coisas eram feitas e em que se acreditava, o que moldava a existência diuturna da população. As conexões psíquicas, as maldições, os encaixes nos grupos sociais e nas pequenas comunidades que estavam já sofrendo a pressão disruptiva das cidades que se firmavam. Gilvan Tessari
O romance relatado de forma simples, com fluxo coerente, leva o leitor a imaginar cada detalhe descrito dos personagens e dos fatos; obra literária impregnada de solidariedade, espírito de luta, companheirismo, empatia, preconceitos e tabus, com a consciência de que a vida nos move por caminhos, muitas vezes, incompreendidos. Maria Elisa Ghisi
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Para ler na tela, clique sobre e-book Suçurê.
Agradeço a todos que leram, opinaram e sugeriram melhorias para o romance SUÇURÊ, antes, durante e depois da impressão gráfica. Alguns comentaram sobre as narrativas; outros, sobre o estilo, o linguajar, a fluência, a diagramação e a facilidade para ler. Ou sobre o peso do livro, a dificuldade de ler na cama, …
Destaco um dos comentários, por ele ser abrangente e analisar, além dos aspectos acima citados, as motivações e a filosofia de vida do autor. Concluo que minha irmã, com perspicácia muito acima da média, tenha lido as palavras, as linhas, as entrelinhas, as reticências, os espaços e os silêncios. Além de ler com atenção crítica, registrou essas profundas análises em um texto sucinto, enxuto como um poema bem lapidado.
Acabei a leitura do Suçurê.
Um relato dos tempos passados, como foram formando as vilas, cidades, novos moradores e muitos desafios. Os preconceitos daqueles tempos, os casamentos arranjados, sem sentimentos verdadeiros.
Alguns trechos relatam coisas que nós vivemos, mas que está expresso na tua maneira de ser, tua vida, teus sentimentos, tua forma de observar e preservar a natureza, os pássaros.
A leitura foi me envolvendo e demorei um pouco mas consegui chegar à última página.
Parabéns por conseguir colocar no papel o que sentes.
Marlene Tessari
De fato, a cada releitura da obra, eu fui percebendo que meus valores morais e meus princípios éticos permearam todos os relatos. Ao escrever o longo romance, semeei meu modo de pensar, meu jeito de estar no mundo.