Comemorar. Lembrar prestando homenagem. Festejar. Guardar na memória. É isso que pretendo falar, da nossa homenagem a um profissional que há muito tempo se preocupa com a Educação, com a emancipação intelectual – o professor Mario Tessari.
Professor que nos provocou com os primeiros estudos sobre a necessidade de definir critérios para o que é fundamental em educação: a intervenção no fazer pedagógico. Assim, ensinou-nos que a Educação, além, é claro, de fornecer instrumentos para o educando atuar no mundo ou em uma profissão, necessita torná-lo capaz de reconhecer aquilo que não tem valor apenas imediato: uma Educação que visa conhecimento e reflexão.
Professor comparado ao grande personagem, professor Jacotot, da obra O Mestre Ignorante, de Jacques Rancière. Um mestre que ignora as diferenças porque sabe que todos podem aprender, independente do caminho que escolherem, mas que também tem confiança naquele que “está sempre na porta” – o professor.
Podemos definir Mario Tessari como uma figura antagônica. Ao mesmo tempo em que o amamos o odiamos. Às vezes, como Jacotot, dá-nos as coordenadas e espera. E nós – a exemplo dos alunos do professor homenageado por Rancière – buscamos, sofremos, nos indignamos, mas, ao final, o surpreendemos! Jacotot também teve esta memorável experiência.
O Professor Mario a cada visita exorciza nossos corpos até fazê-lo vivo e percebido por nós mesmos. Ensinou-nos a tecer nossa história de educandos, mas muitas vezes nos deixa na solidão quando não se contenta apenas com nossos relatos e nos tira do lugar ao perguntar: “O que vês, o que pensas, o que fazes disto?”.
Opa.
Estranhei não haver referência de quem escreveu esta missiva.
Abraço!