“Ela apoiava em tudo, desde que pudesse ficar de fora, quieta no canto dela. Detestava a política, pois o partido político sugava as amizades e envelhecia os homens; depois de fracos e desgastados, ninguém cuidava deles na velhice. O partido arrebanhava os homens na fase em que estavam em pleno vigor e em que poderiam dar atenção à família, se fazendo presentes na educação dos filhos e nas visitas a amigos, nas celebrações cristãs e nas dificuldades com doenças. Ela sempre apoiou e continuaria apoiando, contanto que não precisasse participar daquelas ‘reuniões de cobras negaceando um bom bocado’.” Pág. 257
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Livros do Mario Tessari 
Os partidos políticos, as guerras, os movimentos artísticos, os sindicatos, o trabalho na firma, as start-ups, o boteco, a boêmia, ou seja, as quimeras ideológicas sempre roubam os homens, em seu auge do vigor, de suas famílias, e os devolvem esbagaçados, esgualepados, esquálidos, esqueléticos, desprovidos de qualquer energia e dependentes. Bem real.
Como comentei durante a tua visita, os escritores podem ter diferentes intenções ao escrever: alguns escrevem por encomenda, outros pela simples vontade de escrever; há quem sonhe ficar milionário com a venda dos livros, … E você havia escrito que podemos também escrever na ilusão (ou possibilidade) de influenciar outras pessoas a assumirem nossos valores, nossos projetos.
Mesmo que inconsciente disso quando escrevi poemas, contos, crônicas, comentários ou romances, hoje, ao reler, concluo que escrevi e ainda escrevo para semear ideias, na pretensão de que eu possa contribuir pela melhoria da convivência humana e para a conservação da natureza. Sei que é utopia, mas… não é impossível.
O mais importante é que você dá um passo adiante ao universalizar essa percepção de que a Sociedade, em todos os setores (eu ainda incluiria ‘no esporte’), consome a energia e o tempo dos homens e, por fim, devolve ‘o bagaço’, para as famílias cuidarem do corpo envelhecido, doente, e da mente desanimada, depressiva, …