Opiniões sobre o livro Suçurê. Li, neste livro, além da história de amor, a trajetória de uma pessoa rejeitada pela sociedade por causa de uma tragédia ocorrida em sua infância. No entanto, a força de vontade e a determinação contaram sempre com o apoio e auxílio de amigos verdadeiros (os avôs, o dono da farmácia, o vizinho, o padre...). A narrativa mostra também, os laços de amor, a amizade e a confiança entre as pessoas; a importância do diálogo e das opiniões de pessoas amigas para analisar as escolhas, as decisões, os caminhos a seguir. Mostrou, ainda, o Amor verdadeiro entre Icobé e Ângela, que supera o tempo e os preconceitos de uma sociedade. As relações familiares, com os casamentos de interesses, a família sobre o poder patriarcal... Por outro lado, a união consciente onde existe ajuda mútua, respeito, amizade, amor. A coragem, a força e as atitudes positivas de muitas mulheres daquela época que foram em busca da sua independência econômica, sua realização pessoal e profissional. O poder econômico e político do Coronel, também o poder religioso com padre austero, dominando o jeito de viver e ser do povo. A formação de uma vila, cidade, com tudo de que precisa para ser implantada: os projetos de ruas, casas residenciais, comerciais, escolas, igreja, a parte física e jurídica. Os sentimentos entre as pessoas; a lealdade, respeito, gratidão. Muitas vezes me imaginei em vários cenários: na cozinha da casa grande, na roda de chimarrão rindo com amigos, passeando com um lindo cavalo no meio daquela natureza esplendida, viajando de trem com Icobé, ... Essa obra aborda muitas situações e assuntos em diversas áreas: familiar, política, espiritual, paranormal, psicológica, social, ambiental, educacional, transportes, saúde, habitação, costumes, ... Como já lhe falei, amigo Mário, esse livro poderia se transformar num filme ou novela, pois tem uma linda história de superação, de amor, e, juntamente, as transformações políticas, econômicas, culturais e sociais do Brasil. Acredito que possa ser utilizado como fonte de pesquisa. Pesquisei, inclusive, o Monge João Maria de Agostini, citado no livro; queria saber como era sua vida, sua aparência para ter uma ideia de como seria a aparência do padre italiano, Isidoro. Não ria de mim! A obra mostra o seu lado poético, romântico, amigo, humano, pesquisador, instigador... Gostei do final de Icobé, vivendo com serenidade entre os amigos e os livros. E da frase final: “O voo da alma deixou a casa em silêncio”. Forte abraço! Maria Elisabeth Ghisi